Questões de Português - Gramática - Pontuação - Travessão
A cada meio minuto, em algum lugar do planeta, uma pessoa morre vítima de câncer de pulmão. A mais
mortal entre todas as neoplasias malignas sempre desafiou a medicina. De evolução silenciosa, mas rápida,
sua detecção precoce ainda é rara. No Brasil, sete em cada dez casos são descobertos em estágios avançados,
quando as chances de cura são menores e as intervenções mais agressivas. Até chegar ao diagnóstico, 40%
[5] dos pacientes passam por ao menos três médicos, que, por falta de treinamento, não suspeitam da doença.
Tem mais. Pela estreita relação do câncer com o tabagismo, frequentemente, os doentes se culpam por sua
condição, o que tende a atrasar ainda mais o diagnóstico e o tratamento.
Graças aos avanços nos conhecimentos sobre oncogenética e ao aperfeiçoamento das tecnologias
diagnósticas e terapêuticas, esse cenário começa a mudar. No rastreamento do grupo de alto risco,
[10] tomografias computadorizadas conseguem diagnosticar a doença em estágios iniciais e reduzir em 20% a
taxa de mortalidade. A análise genômica dos tumores permite aos médicos determinar o melhor tratamento
para cada doente. O cuidado integrado, conduzido por um time de especialistas de diferentes áreas, refina a
abordagem do câncer de pulmão e garante o bem-estar do paciente, ao longo de toda a sua jornada.
“O trabalho coordenado de uma equipe multidisciplinar reduz o tempo de diagnóstico”, diz oncologista de
[15] instituição sediada em Salvador. A sintonia entre oncologistas, pneumologistas, paliativistas, radioterapeutas,
enfermeiros e psicólogos, entre outros profissionais, evita procedimentos desnecessários e redundantes.
Economizam-se recursos e ganha-se celeridade.
Com a descoberta das bases genéticas dos tumores malignos, a personalização torna-se realidade,
sobretudo no manejo do câncer de pulmão. Ferramentas ultramodernas, como os painéis genômicos por
[20] sequenciamento de nova geração, fornecem um retrato detalhado do DNA da célula tumoral na busca pelas
alterações associadas à gênese da doença de cada paciente. “Nos centros de excelência, os NGS não são mais
um luxo, já fazem parte do dia a dia dos consultórios”, diz outro especialista na área. Os tumores de pulmão
estão entre as neoplasias com o maior número de mutações associadas – dez no total. Identificado o defeito
genético, é possível prever não só a evolução do câncer e seu risco de metástase bem como antecipar a
[25] resposta do paciente a determinada terapia. Lançados na virada dos anos 1990 para 2000, os medicamentos
da chamada terapia alvo agem como mísseis teleguiados, projetados para agir nos genes e/ou proteínas
envolvidos na proliferação das células cancerosas.
Se não é encontrada alguma mutação genética específica, o que contraindicaria a terapia alvo, é possível
recorrer à imunoterapia. Atualmente, também por meio de análise gênica do tumor, os especialistas
[30] conseguem moldar em laboratório as células de defesa do paciente de modo a programá-las a atacar
estruturas específicas na superfície das células tumorais.
Altamente precisos, os novos tratamentos são mais eficazes e oferecem menos efeitos colaterais em
comparação aos tratamentos convencionais, em especial a quimioterapia. “A terapia alvo e a imunoterapia
têm um impacto muito positivo na qualidade de vida dos pacientes”, afirma a Dra. Carolina Kawamura. Ou
[35] seja, os pacientes não só vivem mais, como vivem bem. “Hoje em dia, o desfecho de qualidade de vida tem
sido muito avaliado também”, explica a médica. “Os benefícios de um tratamento, por mais eficaz que ele
seja, são questionáveis se não oferecerem qualidade de vida.”
A melhor arma contra o câncer de pulmão, no entanto, continua sendo não fumar. A imensa maioria dos
pacientes é ou era tabagista – o que torna o mais mortal dos tumores um dos mais preveníveis. Classificado
[40] pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como epidemia, o consumo de tabaco está associado a 22% das
9,6 milhões de mortes anuais, por qualquer tipo de neoplasia, hoje, no mundo. Sem contar quem, apesar
de não fumante, está sob ameaça direta da doença, por causa do cigarro alheio –1,2 milhão de mortes, em
decorrência do tabagismo passivo. Combinados, os hábitos saudáveis e a oncologia de precisão têm tudo
para barrar a escalada de casos de câncer de pulmão.
Folha de São Paulo, 29/09/2022
Sem contar quem, apesar de não fumante, está sob ameaça direta da doença, por causa do cigarro alheio
–1,2 milhão de mortes, em decorrência do tabagismo passivo (l. 41-43)
No trecho, a expressão delimitada pelo travessão indica, com o conjunto da frase, uma relação de:
Texto
O sentido da vida está na vida concreta
Margot Cardoso
Desde os primórdios do pensamento que o homem questiona o sentido da vida. De acordo com os gregos
antigos, o sentido da vida era estar alinhado com o cosmos. Aristóteles levou essa crença para a prática e afirmava
que o sentido da vida era escutar seu projeto interno e exercer os próprios talentos. Antes dele, Platão afirmou
justamente o contrário, que o sentido da vida não estava na enganosa vida material, mas na transcendência, no
mundo invisível, no eterno. Portanto, um caminho a ser percorrido pela alma. E essa fissura entre os dois
[5] pensadores — ironicamente, discípulo e mestre — continua a dividir o mundo até hoje.
Entretanto, apesar da cisão permanecer, o pensamento de Platão — mesclado com o cristianismo — é hoje a
corrente dominante. Assim, o sentido da vida está na transcendência, está fora deste mundo. Contudo, o escritor e
psicanalista Contardo Calligaris estava completamente em desacordo com esse pensamento. Em sua conferência no
Fronteiras do Pensamento 2019, Calligaris afirmou que o sentido da vida está no que é vivido a cada dia. “A questão
[10] do sentido da vida é simples. O sentido da vida é a própria vida concreta”, diz ele. [...]
Disponível em: https://vidasimples.co/ser/o-sentido-da-vida-esta-na-vida-concreta/. Acesso em: 10 out. 2021.
Sobre os dois usos dos travessões no texto, é CORRETO afirmar que
TEXTO
Na semana passada, uma eleição presidencial que deveria ter como marca a volta da democracia ao Zimbábue terminou em confusão quando contas falsas no Twitter, no Facebook e no WhatsApp disseminaram resultados contraditórios. O país inteiro chegou a presenciar comemorações espontâneas pela vitória dos dois candidatos, o que resultou em confrontos violentos. Em um clima geral de desconfiança, até observadores internacionais não sabiam onde obter informações confiáveis. Na Índia, o governo empreende verdadeira batalha contra uma onda de linchamentos depois que rumores falsos viralizaram no WhatsApp sobre supostos sequestradores de crianças. Nacionalistas interessados em atiçar o ódio religioso usam a plataforma para aprofundar a polarização, que também tem resultado em linchamentos. Na Grã-Bretanha, 52% dos eleitores votaram por deixar a União Europeia em 2016, atraídos por uma enxurrada de informações falsas disseminadas por nacionalistas oportunistas. Em uma pesquisa recente, uma porcentagem semelhante dos britânicos disse acreditar que os desembarques na Lua de 1969 a 1972 eram falsos. A triste ironia é que, pela primeira vez na história, a maioria dos cidadãos pode carregar no bolso todo o conhecimento do mundo, mas, ao mesmo tempo, nunca esteve tão vulnerável a informações falsas. Engana-se quem pensa que algumas mudanças nas leis e ajustes técnicos podem resolver a situação e permitir que tudo volte a ser como antes. A humanidade testemunha os primeiros momentos de uma nova era em que todo o relacionamento com a informação – e a realidade como um todo – mudará de maneira hoje inimaginável. A democracia, tal como se concebe hoje, dificilmente sobreviverá a essa transformação. Basta considerar duas grandes tendências. A primeira: apenas cerca de 50% da população mundial tem acesso à internet hoje. Nos próximos anos, a outra metade, potencialmente ainda mais vulnerável a notícias falsas, também poderá participar do debate on-line. Por exemplo, muitos aplicativos populares no mundo em desenvolvimento concentram-se apenas em mensagens de voz, já que parcela considerável de seus usuários não sabe ler nem escrever, dificultando ainda mais a identificação de informações falsas. A segunda: o desenvolvimento de ferramentas baseadas em inteligência artificial, capazes de manipular ou fabricar vídeos, arquivos de áudio e fotos falsas – as chamadas deep fakes – ampliará consideravelmente a dificuldade de separar fato de ficção, o que fará as fake news de hoje parecerem brincadeira de criança. Daqui a alguns anos, um smartphone será suficiente para simular uma sequência de notícias, como as da CNN, por exemplo, na qual a perfeita imitação da voz de um apresentador famoso reportaria um golpe militar em Washington ou um anúncio da Casa Branca sobre uma guerra iminente, sem meio técnico para confirmar ou negar sua veracidade. Em uma futura eleição presidencial no Brasil, não será mais necessário atacar os concorrentes – pode-se simplesmente produzir um vídeo em que o rival promete que, se eleito, encerrar o programa Bolsa Família, eliminar a propriedade privada ou qualquer absurdo que o faça perder apoio. Confusos e desconfiados, os cidadãos se refugiarão ainda mais em suas bolhas aparentemente seguras, isolados em relação a qualquer tipo de debate público. O Brasil também tem sido cenário de disseminação de inúmeras notícias falsas, sobretudo porque o País passa por um período eleitoral bastante tenso e polarizado. As pessoas que disseminam notícias falsas o fazem por dois motivos: a) por que são incapazes de pesquisar e confrontar informações, b) usam as notícias falsas para dar legitimidade a suas posições políticas. De um jeito ou de outro, são posturas graves e que precisam ser combatidas em nome da jovem democracia brasileira.
Adaptado de https://brasil.elpais.com/brasil/2018/08/06/opinion/1533562312_266402. html. Acesso em out. 2018.
TEXTO 2
No trecho “o desenvolvimento de ferramentas baseadas em inteligência artificial, capazes de manipular ou fabricar vídeos, arquivos de áudio e fotos falsas – as chamadas deep fakes – ampliará consideravelmente a dificuldade de separar fato de ficção, o que fará as fake news de hoje parecerem brincadeira de criança”, qual a função dos travessões?
Leia o texto de Ruy Castro para responder à questão.
Admirável mundo novo
Os jornais deram: a casa do futuro será fabulosamente inteligente. Pelo que entendi, ela dispensará seu morador de ter de decidir se espana ou passa um pano nos móveis, fecha ou abre uma torneira e dá ou não descarga no vaso. Ou seja, cada vez menos esse morador precisará usar a própria inteligência na intimidade do lar. Isso não será de todo mau. O ser humano, descendente de Platão1, Cervantes2 e Humphrey Bogart3, nasceu para coisas mais importantes do que escolher entre lavar ou deixar de lavar as caçarolas.
No futuro, a porta da casa dispensará a chave — abrirá ao contato com a sua impressão digital. As luzes se acenderão assim que você adentrar o recinto e se apagarão à medida que for mudando de aposento. E não só. O ar condicionado ou a calefação começará a funcionar automaticamente, de acordo com a temperatura; as músicas da sua vida surgirão de alguma fonte no volume que você achar ideal.
As mãos serão reservadas a práticas mais nobres, porque muita coisa que, até há pouco, ainda dependia delas será resolvida pelo comando de voz. Hoje, ao tomar certos elevadores, você já não precisa apertar um botão — basta dizer o número do andar e o bicho o leva até lá. Em breve, poderá fazer isto também com os eletrodomésticos, do aspirador, que, obedecendo à sua ordem verbal, sairá cafungando por conta própria pelo seu apartamento, ao chuveiro, que ficará pelando, gelado ou médio de acordo com o seu tom de voz.
Enfim, será um admirável mundo novo, como nem Aldous Huxley4 ousou imaginar.
Liberados das tarefas prosaicas, resta ver de que se ocuparão nossas poéticas cabeças. Francamente, não faço muita fé.
(www.folha.uol.com.br, 22.05.2017. Adaptado.)
1 Platão (427 a.C.?-347 a.C.?): filósofo da Grécia Antiga.
2 Miguel de Cervantes (1547-1616): escritor espanhol, criador do personagem D. Quixote.
3 Humphrey Bogart (1899-1957): ator estadunidense.
4 Aldous Huxley (1894-1963): escritor inglês, autor do romance Admirável mundo novo.
“No futuro, a porta da casa dispensará a chave — abrirá ao contato com a sua impressão digital.” (2º parágrafo)
Preservando-se o sentido original da frase, o travessão pode ser substituído por vírgula seguida da conjunção
BIOÉTICA
Divulgação de dados de pacientes
A possível divulgação que chegou à imprensa sobre conteúdo de exames de paciente – que teria, ainda, sido alvo de comentários ofensivos propagados via Whatsapp –, aguça uma questão que, de tempos em tempos, volta aos debates ético, bioético e deontológico: apesar de ser um dos pilares mais conhecidos da profissão, médicos sempre se preocupam com o sigilo das informações obtidas de sua relação com o paciente?
Seriam claros a eles e demais profissionais da Saúde princípios éticos como confidencialidade e privacidade do paciente, tão arraigados na área, mesmo quando envolvem pessoas públicas?
Para José Marques Filho, coordenador da Câmara Técnica Interdisciplinar de Bioética do Cremesp, a obrigação milenar à confidencialidade embasa a relação médico-paciente. “Favorece não apenas o âmbito ético, o mais evidente, como o técnico: o paciente que não confiar no médico esconderá informações imprescindíveis a uma anamnese completa”. Isso se estende a familiares, que, ao procurar os serviços, creem que o conteúdo de exames e detalhes relativos ao tratamento serão resguardados.
Concordam com essa visão os bioeticistas Carlos Francisconi e José Roberto Goldim, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), no livro Iniciação à Bioética, do Conselho Federal de Medicina (CFM). Segundo eles, um bom vínculo terapêutico se baseia na confiança. O assistido crê que seu médico “irá preservar tudo o que lhe for relatado, tanto que revela informações que outras pessoas, com as quais convive, sequer supõem existir”.
Daí se podem depreender os eventuais riscos e dissabores a que são submetidos os já vulnerabilizados pela doença, bem como seus entes queridos, quando suas particularidades de saúde são expostas em foros inadequados e de maneira frívola.
Confiança
Derivado do latim confidentia, entre seus significados, o termo confiança corresponde a “o que se acredita firmemente”.
Segundo a obra Bioethics Information Retrieval Project, do Kennedy Institute of Ethics, a confidencialidade pode ser entendida como “a garantia do resguardo das informações dadas em confiança e a proteção contra a sua revelação não autorizada”, no contexto sanitário
Já privacidade (do inglês, privacy) costuma ser interpretada como a limitação do acesso às informações de uma dada pessoa, bem como do acesso a ela própria e à sua intimidade. Isso, por vezes, se traduz no direito de alguém de manter-se afastado ou de permanecer só.
Como resume Reinaldo Ayer de Oliveira, conselheiro do Cremesp e coordenador do Centro de Bioética do Conselho, há três planos em torno das informações sanitárias que devem ser salvaguardadas: o primeiro é o da confidencialidade, no qual o indivíduo decide partilhar algo com quem lhe interessa e convém – por exemplo, seu médico assistente –; o da privacidade, pela qual a pessoa pode querer guardar sua história consigo mesma. Ambos culminam em um terceiro plano relativo à profissão médica: o compromisso do sigilo, preservado por quase 25 séculos, e consagrado pelo Juramento de Hipócrates, ao estabelecer que “aquilo que no exercício ou fora do exercício da profissão e no convívio da sociedade, eu tiver visto ou ouvido, que não seja preciso divulgar, eu conservarei inteiramente secreto”
Liberdade de expressão?
Longe de simplificar o debate relativo à quebra de sigilo profissional à simples “liberdade de expressão” dos que divulgam informações sigilosas – ou apenas as replicam “inocentemente” –, como salienta Ayer, a discussão envolve algo ainda pouco regulamentado, ou seja, a divulgação de assuntos médicos via smartphones.
Entre as exceções, figura o Alerta do Cremesp, publicado em setembro de 2016 (http://www.cremesp.org. br/?siteAcao=NoticiasC&id=4220), sobre uso do WhatsApp ou aplicativos similares pelos médicos: “quando for responder aos seus pacientes por WhatsApp ou aplicativos similares, façam-no, desde que conheçam o seu quadro clínico atual, com o intuito apenas de orientá-los, com observância ao Código de Ética Médica, particularmente com respeito ao sigilo profissional, não os expondo em grupos”.
Nota pública do Cremesp
Em Nota Pública sobre caso pontual que originou sindicância voltada a eventual divulgação indevida, por médicos, de exames de pessoa pública (http://www.cremesp.org. br/?siteAcao= NoticiasC&id=4390) – que está sendo promovida com a cautela habitual na Casa –, o Cremesp salienta, entre outros pontos, que o “compromisso e a ética ante a saúde de cada um dos cidadãos colocam-se, sem distinções de qualquer natureza, sempre acima de interesses que não sejam fiéis à dignidade inviolável da pessoa doente junto aos seus entes queridos”.
Por conseguinte, lamenta “a divulgação de qualquer exame, dado privativo e ofensas feitas a doentes em redes sociais”.
Normas legais e deontológicas
Sigilo, confidencialidade e privacidade são garantidos por diretrizes brasileiras, em âmbitos: Constitucional; Civil; Penal; e pelo Código de Ética Médica.
Em resumo, determinam:
• Serem invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas;
• A proibição (a qualquer cidadão) de divulgar, sem justa causa, informações sigilosas ou reservadas ou conteúdo de documento particular e/ou segredo, de que tem ciência em razão (...) de ofício ou profissão, se produzir dano a outrem;
• A proibição (ao médico) de revelar fato de que tenha conhecimento em virtude do exercício de sua profissão, salvo por motivo justo, dever legal ou consentimento, por escrito, do paciente. Permanece a proibição: mesmo que o fato seja de conhecimento público ou o paciente tenha falecido (...).
Disponível em: [https://www.cremesp.org.br/?siteAcao=Jornal&id=2283] . Acesso em: 08 mar. 2017. Imagem: [http://www.ugt.org.br/index.php/post/3135-Novo-codigo-de-etica-medica-entra-em-vigor-nesta-terca-feira(13-04-2010)]. Acesso em: 08 maio 2017
Os travessões empregados no primeiro parágrafo da subparte intitulada “Liberdade de expressão” têm a função de
De 1987 para cá, o êxodo rural praticamente acabou, uma vez que as cidades não mais oferecem uma melhor qualidade de vida. Dessa forma, o que está em curso no Brasil hoje é um "êxodo urbano", também identificado pelas pesquisas, com o homem das cidades fugindo em direção ao meio rural para escapulir à poluição, à violência e ao estresse dos grandes conglomerados urbanos. Em São Paulo, por exemplo, o fato é facilmente constatável: são os "neo-rurais", pessoas da cidade em busca de melhor qualidade de vida nas zonas rurais. Aliados à mecanização do trabalho agrícola, esses dois movimentos populacionais conduzem ao crescimento das ocupações não-agrícolas no meio rural sem que, todavia, haja uma política de formação de mão-de-obra nas regiões atingidas. São novos modelos ocupacionais - caseiro, jardineiro, trabalho doméstico e serviços - que surgem para atender ao movimento de êxodo urbano.
Disponível em: <http://www.diariopopular.com.br/08_12_02/artigo.html>. Acesso em: 03 fev. 2015 (texto adaptado).
Sobre os aspectos gramaticais e seus respectivos contextos, analise as afirmativas.
I. “Uma vez que” pode ser substituído por “visto que” sem prejuízo ao entendimento da oração;
II. A expressão “todavia” pode ser substituída por “contudo” sem prejuízo ao entendimento da oração.
III. Há a utilização dos sinais (—) entre orações. Com isso, a intenção do autor é destacar palavras pouco usuais na língua portuguesa; os sinais podem ser trocados por aspas simples.
IV. A expressão “por exemplo” aparece entre vírgulas, pois se refere a uma explicação.
Marque a alternativa CORRETA.
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