INSTRUÇÃO: Leia o texto a seguir e responda à questão, que a ele se referem ou que o tomam como ponto de partida.
Sem os jovens, futuro da política é sombrio
(Marcos da Costa, O Estadão)
A juventude brasileira está inconformada com o país em que vive. Afastada dos partidos e da
política, pouco quer saber dos fundamentos da economia e do desenvolvimento, de modo geral, bem como
não lhe interessa comparar o passado com o presente, pois seu olho se dirige ao futuro. Já fez protestos em
2013, participando de passeatas contra o aumento das passagens de ônibus e a falta de serviços públicos de
[5] qualidade. Foram as maiores manifestações públicas da história do Brasil desde a campanha das Diretas Já e
dos caras pintadas que levaram à renúncia do presidente Fernando Collor.
Um terço do eleitorado brasileiro é formado por jovens entre 16 e 33 anos, ou seja, são mais de 45
milhões de pessoas em um universo de 144 milhões aptas a votar em outubro. Portanto, esses jovens têm o
poder de decidir as eleições deste ano, enquanto os políticos precisam descer do pedestal e propor um
[10] diálogo franco e honesto se pretendem atrair o seu voto. Este é o problema: estabelecer um diálogo com
quem está desiludido com a corrupção e com os velhos e pérfidos costumes políticos.
Uma pesquisa do Instituto Data Popular mostra bem o perfil do jovem brasileiro e seu interesse pela
política. O levantamento traz recados importantes à classe política, pois os jovens, a par da crença (92%) na
própria capacidade de mudar o mundo, botam fé (70%) no voto como instrumento de transformação da
[15] nação e ainda reconhecem (80%) o papel determinante da política no cotidiano brasileiro. Porém, fatia
expressiva dos jovens do Brasil (quase 60%) acredita que o país estaria melhor se não houvesse partido
político.
Um petardo na democracia. Para eles, as agremiações partidárias e os governantes não falam sua
linguagem. Interessante a observação do estudo: os políticos são analógicos, mas a juventude é digital. Mais
[20] de 50% se encontram entre os eleitores indecisos ou que pretendem anular o voto no pleito deste ano. E o
discurso carrega um viés oposicionista. Como a maioria da população brasileira, o desejo de mudança se faz
presente em 63% deles, que acreditam que o Brasil está no rumo errado. Apesar disso, 72% consideram ter
melhorado de vida. Querem mais: serviços públicos de qualidade, maior conectividade, acessos livres à
banda larga e à tecnologia de ponta, não abrindo mão da manutenção do poder de compra, nas palavras do
[25] autor do estudo, Renato Meirelles, do Instituto de Pesquisa Locomotiva.
Entre os pesquisados não estão, obviamente, jovens hoje ocupando vaga nas casas congressuais e
que, em sua maioria, são filhos e netos da oligarquia que sempre comandou a política brasileira, carregando
desde o berço a marca de vícios como caciquismo, patrimonialismo, mandonismo, familismo, grupismo,
fisiologismo, corporativismo. O país patina na continuidade da velha política, não registrando renovação de
[30] costumes políticos; ao contrário, trilhando os caminhos da perpetuação.
O fato é que a juventude deseja um Estado forte, com eficiência no setor privado e serviços públicos
gratuitos e de qualidade. Trata-se de uma geração que se vale de métodos mais críticos para medir a
qualidade do serviço público.
A Seção São Paulo da Ordem dos Advogados do Brasil lamenta a existência de um oceano de
[35] distância entre a classe política e os jovens, desiludidos como a maioria da população. Encastelados em
Brasília, os políticos pouco respiram o clima do tempo, as necessidades das ruas, o cotidiano das pessoas, o
jeito de pensar da nova geração.
É nosso papel, enquanto na vanguarda social, trabalhar para inserir os jovens no espectro da política,
de modo a que se transformem em protagonistas da contemporaneidade. Sem sua participação, o Brasil não
[40] pegará o bonde da história. [...]
Disponível em: https://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/sem-os-jovens-futuro-da-politica-e-sombrio/ . Publicado em: 6 jun. 2018. Acesso em: 26 jun. 2018.
O autor faz uma crítica a determinados jovens políticos.
Eles