A separação das letras da palavra em balões distintos contribui para expressar principalmente a seguinte ideia:
Múltiplo sorriso
Pendurou a última bola na árvore de Natal e deu alguns passos atrás. Estava bonita. Era um pinheiro
artificial, mas parecia de verdade. Só bolas vermelhas. Nunca deixava de armar sua árvore, embora as
amigas dissessem que era bobagem fazer isso quando se mora sozinha. Olhou com mais vagar. Na luz
do fim da tarde, notou que sua imagem se espelhava nas bolas. Em todas elas, lá estava seu rosto, um
[5] pouco distorcido, é verdade – mas sorrindo. “Estão vendo?”, diria às amigas, se estivessem por perto.
“Eu não estou só.”
HELOÍSA SEIXAS Contos mais que mínimos. Rio de Janeiro: Tinta Negra, 2010.
Ao dizer que o pinheiro era artificial, “mas parecia de verdade”, a narrativa realça um estado que define a personagem.
Isto ajuda o leitor a compreender o fingimento da personagem em relação à:
Múltiplo sorriso
Pendurou a última bola na árvore de Natal e deu alguns passos atrás. Estava bonita. Era um pinheiro
artificial, mas parecia de verdade. Só bolas vermelhas. Nunca deixava de armar sua árvore, embora as
amigas dissessem que era bobagem fazer isso quando se mora sozinha. Olhou com mais vagar. Na luz
do fim da tarde, notou que sua imagem se espelhava nas bolas. Em todas elas, lá estava seu rosto, um
[5] pouco distorcido, é verdade – mas sorrindo. “Estão vendo?”, diria às amigas, se estivessem por perto.
“Eu não estou só.”
HELOÍSA SEIXAS Contos mais que mínimos. Rio de Janeiro: Tinta Negra, 2010.
Há um contraste irônico entre o título do conto e o seu desenvolvimento.
As ideias essenciais desse contraste são:
Múltiplo sorriso
Pendurou a última bola na árvore de Natal e deu alguns passos atrás. Estava bonita. Era um pinheiro
artificial, mas parecia de verdade. Só bolas vermelhas. Nunca deixava de armar sua árvore, embora as
amigas dissessem que era bobagem fazer isso quando se mora sozinha. Olhou com mais vagar. Na luz
do fim da tarde, notou que sua imagem se espelhava nas bolas. Em todas elas, lá estava seu rosto, um
[5] pouco distorcido, é verdade – mas sorrindo. “Estão vendo?”, diria às amigas, se estivessem por perto.
“Eu não estou só.”
HELOÍSA SEIXAS Contos mais que mínimos. Rio de Janeiro: Tinta Negra, 2010.
“Estão vendo?”, diria às amigas, se estivessem por perto. (ℓ. 5)
O trecho acima revela o choque entre o mundo imaginário da personagem e a realidade de sua solidão.
Esse choque entre imaginação e realidade é enfatizado pela utilização do seguinte recurso de linguagem:
Competição e individualismo excessivos ameaçam saúde dos trabalhadores
Ideologia do individualismo
O novo cenário mundial do trabalho apresenta facetas como a da competição globalizada e a da ideologia
do individualismo. A afirmação foi feita pelo professor da Universidade de Brasília (UnB) Mário César
Ferreira, ao participar do seminário Trabalho em Debate: Crise e Oportunidades.
[5] Segundo ele, pela primeira vez, há uma ligação direta entre trabalho e índices de suicídio, sobretudo na
França, em função das mudanças focadas na ideia de excelência.
Fim da especialização
“A configuração do mundo do trabalho é cada vez mais volátil”, disse o professor. Ele destacou ainda a
crescente expansão do terceiro setor, do trabalho em domicílio e do trabalho feminino, bem como a exclusão
[10] de perfis como o de trabalhadores jovens e dos fortemente especializados. “As organizações preferem
perfis polivalentes e multifuncionais.” Desta forma, a escolarização clássica do trabalhador amplia-se
para a qualificação contínua, enquanto a ultraespecialização evolui para a multiespecialização.
Metamorfoses do trabalho
Ele ressaltou que as “metamorfoses” no cenário do trabalho não são “indolores” para os que trabalham e
[15] provocam erros frequentes, retrabalho, danificação de máquinas e queda de produtividade.
Outra grande consequência, de acordo com o professor, diz respeito à saúde dos trabalhadores, que leva
à alta rotatividade nos postos de trabalho e aos casos de suicídio. “Trata-se de um cenário em que todos
perdem, a sociedade, os governantes e, em particular, os trabalhadores”, avaliou.
Articulação entre econômico e social
[20] Para a coordenadora da Diretoria de Cooperação e Desenvolvimento do Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada (Ipea), Christiane Girard, a problemática das relações de trabalho envolve também uma questão:
qual o tipo de desenvolvimento que nós, como cidadãos, queremos ter?
Segundo Christiane, é preciso “articular” o econômico e o social, como acontece na economia solidária.
“Ela é uma das alternativas que aparecem e precisa ser discutida. A resposta do trabalhador se manifesta
[25] por meio do estresse, de doenças diversas e do suicídio. A gente não se pergunta o suficiente sobre o peso
da gestão do trabalho”, disse a representante do Ipea.
Adaptado de www.diariodasaude.com.br
No texto, as falas do professor universitário e da coordenadora do instituto de pesquisa reforçam o sentido geral antecipado pelo título da matéria jornalística.
A citação de falas como as referidas acima é um recurso conhecido da argumentação.
Esse recurso está corretamente descrito em:
Competição e individualismo excessivos ameaçam saúde dos trabalhadores
Ideologia do individualismo
O novo cenário mundial do trabalho apresenta facetas como a da competição globalizada e a da ideologia
do individualismo. A afirmação foi feita pelo professor da Universidade de Brasília (UnB) Mário César
Ferreira, ao participar do seminário Trabalho em Debate: Crise e Oportunidades.
[5] Segundo ele, pela primeira vez, há uma ligação direta entre trabalho e índices de suicídio, sobretudo na
França, em função das mudanças focadas na ideia de excelência.
Fim da especialização
“A configuração do mundo do trabalho é cada vez mais volátil”, disse o professor. Ele destacou ainda a
crescente expansão do terceiro setor, do trabalho em domicílio e do trabalho feminino, bem como a exclusão
[10] de perfis como o de trabalhadores jovens e dos fortemente especializados. “As organizações preferem
perfis polivalentes e multifuncionais.” Desta forma, a escolarização clássica do trabalhador amplia-se
para a qualificação contínua, enquanto a ultraespecialização evolui para a multiespecialização.
Metamorfoses do trabalho
Ele ressaltou que as “metamorfoses” no cenário do trabalho não são “indolores” para os que trabalham e
[15] provocam erros frequentes, retrabalho, danificação de máquinas e queda de produtividade.
Outra grande consequência, de acordo com o professor, diz respeito à saúde dos trabalhadores, que leva
à alta rotatividade nos postos de trabalho e aos casos de suicídio. “Trata-se de um cenário em que todos
perdem, a sociedade, os governantes e, em particular, os trabalhadores”, avaliou.
Articulação entre econômico e social
[20] Para a coordenadora da Diretoria de Cooperação e Desenvolvimento do Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada (Ipea), Christiane Girard, a problemática das relações de trabalho envolve também uma questão:
qual o tipo de desenvolvimento que nós, como cidadãos, queremos ter?
Segundo Christiane, é preciso “articular” o econômico e o social, como acontece na economia solidária.
“Ela é uma das alternativas que aparecem e precisa ser discutida. A resposta do trabalhador se manifesta
[25] por meio do estresse, de doenças diversas e do suicídio. A gente não se pergunta o suficiente sobre o peso
da gestão do trabalho”, disse a representante do Ipea.
Adaptado de www.diariodasaude.com.br
Os subtítulos do texto organizam a leitura, sintetizando o que está diagnosticado ou proposto em cada parte.
Dentre os subtítulos, aquele que anuncia uma proposta é: