Durante mais de três séculos, o tráfico negreiro constituiu uma das molas fundamentais do capitalismo mercantil, fornecendo a mão de obra necessária às plantações do Novo Mundo e representando em si uma forma importante de acumulação de capital. A fazer fé em estimativas recentes, de 1500 a 1800 foram exportados de África para as Américas cerca de 8,3 milhões de escravos. O ponto mais alto deste comércio corresponde ao século XVIII, com quase três quartos do total (6,1 milhões). Portugal foi um dos maiores beneficiados e por sua vez mais resistente ao fim desse comércio.
ALEXANDRE, Valentim. Portugal e a abolição do tráfico de escravos (1834-51). Análise Social,
Lisboa, v. XXVI, n.2, p. 293-333, 1991. (adaptado)
A resistência de Portugal em acabar com o tráfico de africanos para escravizar se apoiava no fato de que