[...]
A gente é feliz, eu sei. Então, pra que estragar? É claro que o amor vai se gastar. É lógico que um dia tudo isso vai passar. É óbvio que a gente não vai ser feliz a vida inteira. Não vai ser muito mais triste depois, quando a tristeza pegar a gente desprevenido? [...]
Vai ser muito mais difícil ver o amor diminuindo, diminuindo, acabando, ver o tempo que era bom ficando cada vez mais distante, a gente se lembrando de agora e pensando, tá vendo? Era melhor ter acabado antes. [...]
FALCÃO, Adriana. O doido da garrafa. São Paulo: Planeta, 2003. p. 15 (Fragmento).
Considerando os aspectos linguísticos e gramaticais, dadas as afirmativas,
I. No fragmento de texto, a opção pela formalidade se justifica pelo emprego das formas perifrásticas de futuro (verbo auxiliar “ir” + infinitivo do verbo principal – “vai se gastar”, “vai passar”, “vai ser”).
II. As formas perifrásticas de futuro são características da linguagem coloquial e denotam informalidade.
III. Na perspectiva da personagem, os verbos no gerúndio revelam o processo da ação de diminuição do amor, revelam que essa ação vai realizar-se de modo progressivo, em etapas sucessivas.
IV. As formas verbais que se apresentam no gerúndio (diminuindo, diminuindo, acabando) tem valor de adjetivo, uma vez que é possível transformá-las em orações subordinadas adjetivas.
verifica-se que está(ão) correta(s)