Todos os homens reconhecem o direito de revolução, isto é, o direito de recusar lealdade ao governo e opor-lhe resistência quando sua tirania ou sua ineficiência tornam-se insuportáveis. (...) Se alguém me dissesse que um governo é ruim porque tributa determinadas mercadorias estrangeiras trazidas a seus portos, é bastante provável que eu não movesse uma palha a respeito, já que posso passar sem elas. Todas as máquinas têm seu atrito, e isto possivelmente tem um lado bom que compensa o lado ruim. De qualquer modo, seria bastante nocivo fazer muito alvoroço por causa disso. Mas, quando o atrito chega ao ponto de controlar a máquina, e a opressão e o roubo se tornam organizados, digo que não devemos mais ficar presos a tal máquina. Em outras palavras, quando um sexto da população de uma nação que se comprometeu a ser o abrigo da liberdade é formado por escravos, e um país inteiro é injustamente invadido e conquistado por um exército estrangeiro e submetido à lei militar, penso que não é demasiado cedo para os homens honestos se rebelarem e darem início a uma revolução. O que torna este dever ainda mais urgente é o fato de que o país invadido não é o nosso, mas é nosso o exército invasor.
Henry D. Thoreau. A desobediência civil. 1849 (com adaptações).
Tendo como referência esse texto de Thoreau, julgue o item.
A guerra dos Estados Unidos da América contra o México foi severamente criticada por Thoreau, que chegou a ser preso por não pagar impostos, em defesa dessa sua crítica.