A maior tragédia ambiental da história do Brasil começou a ser desenhada muito antes do dia 5 de novembro de 2015. O rompimento da barragem de Fundão gerou uma onda de lama residual tão devastadora e poluente que, durante sua trajetória até o mar do Espírito Santo, dizimou o distrito de Bento Rodrigues, ceifou vidas humanas, soterrou centenas de nascentes, contaminou importantes rios como o Gualaxo do Norte, do Carmo e Doce, destruiu florestas inteiras que estavam situadas em áreas de preservação permanente e causou prejuízos sociais e econômicos de grande amplitude a populações inteiras.
A contaminação da bacia hidrográfica do Rio Doce pelos rejeitos elevou consideravelmente os níveis de turbidez da água, tornando-a imprópria tanto para o consumo humano como para a agropecuária. O mesmo motivo fez com que a população de peixes fosse praticamente aniquilada de todos os cursos d’água que foram atingidos pela lama. Com os danos à ictiofauna, os pescadores perderam seu principal meio de subsistência. Diversas localidades que dependiam do turismo também contabilizaram amargos prejuízos.
Rompimento da barragem de Mariana e seus impactos socioambientais, 2016. p. 13 (com adaptações).
A partir do fragmento de texto anterior, julgue o item
O desastre de Mariana revela o uso do território brasileiro pelas grandes empresas transnacionais do setor de produção de commodities, que exploram os recursos naturais contidos no território sem, muitas vezes, levar em conta os riscos ambientais e socioespaciais.