UNITAU 2018 Medicina Verão - 1ª Fase
90 Questões
No mundo, foram vendidos 1,4 bilhão de smartphones em 2015, 200 milhões a mais que no ano anterior. Um terço da humanidade carrega um computador no bolso. Manipular esse aparelho tão prático é algo de tal forma óbvio que quase nos faz esquecer o que ele nos impõe em troca e sobre o que repousa toda a economia digital: as empresas do Vale do Silício oferecem aplicativos a usuários que, em contrapartida, lhes entregam seus dados pessoais. Localização, histórico da atividade on-line, contatos etc. são coletados sem pudor, analisados e revendidos a anunciantes publicitários felizes em mirar as “pessoas certas, transmitindo-lhes sua mensagem certa no momento certo”, como alardeia a direção do Facebook. “Se é gratuito, então você é o produto”, já anunciava um slogan dos anos 1970. Enquanto as controvérsias sobre vigilância se multiplicam desde as revelações de Edward Snowden, em 2013, a extorsão de dados com objetivos comerciais quase não é percebida como uma questão política, ou seja, ligada às escolhas comuns e podendo se tornar objeto de uma deliberação coletiva. Fora das associações especializadas, ela praticamente não mobiliza ninguém. Talvez porque é pouco conhecida.
Disponível em http://diplomatique.org.br/dados-pessoais-uma-questao-politica/. Acesso em out. 2017.
Leia as afirmativas a seguir, considerando o apresentado no excerto acima.
I. As aspas usadas nos trechos “pessoas certas, transmitindo-lhes sua mensagem certa no momento certo” e “Se é gratuito, então você é o produto” estão empregadas seguindo-se a mesma regra de uso das aspas.
II. O objetivo central do texto é propor uma crítica ao fato de que as informações sobre vigilância digital são pouco conhecidas pelas pessoas.
III. De acordo com o texto, a máxima claramente defendida pelas redes sociais é resumida no slogan “Se é gratuito, você é o produto”.
Está CORRETO o que se afirma em
“Você, leitora e leitor, que já não aguenta mais o pensamento único que impera nos grandes jornais diários, nas revistas semanais de notícias e nas emissoras de rádio e televisão, todos alinhados na defesa dos interesses do mercado; que já não confia mais nas notícias que vê pela internet, muitas delas fakes; que se vê obrigado a selecionar as fontes de informação para ficar a par dos acontecimentos e evitar ser manipulado: este editorial é para você”.
Disponível: http://diplomatique.org.br/a-solidariedade-entre-nos/. Acesso em out. 2017.
O trecho em questão apresenta, predominantemente, a função
“Você, leitora e leitor, que já não aguenta mais o pensamento único que impera nos grandes jornais diários, nas revistas semanais de notícias e nas emissoras de rádio e televisão, todos alinhados na defesa dos interesses do mercado; que já não confia mais nas notícias que vê pela internet, muitas delas fakes; que se vê obrigado a selecionar as fontes de informação para ficar a par dos acontecimentos e evitar ser manipulado: este editorial é para você”.
Disponível: http://diplomatique.org.br/a-solidariedade-entre-nos/. Acesso em out. 2017.
O gênero discursivo a que pertence o excerto em questão é o editorial. No entanto, o tipo de linguagem utilizada pelo autor estabelece uma aproximação com marcas características de outro gênero, a saber:
“Você, leitora e leitor, que já não aguenta mais o pensamento único que impera nos grandes jornais diários, nas revistas semanais de notícias e nas emissoras de rádio e televisão, todos alinhados na defesa dos interesses do mercado; que já não confia mais nas notícias que vê pela internet, muitas delas fakes; que se vê obrigado a selecionar as fontes de informação para ficar a par dos acontecimentos e evitar ser manipulado: este editorial é para você”.
Disponível: http://diplomatique.org.br/a-solidariedade-entre-nos/. Acesso em out. 2017.
Leia as afirmativas a seguir, considerando o excerto.
I. Os termos “que” destacados no texto têm, nesse contexto, a mesma função sintática.
II. A gradação é utilizada, nesse texto, como recurso de convencimento.
III. Na frase “este editorial é para você”, o pronome demonstrativo tem função anafórica.
IV. A palavra fakes aparece em itálico por se tratar de empréstimo vocabular.
Está CORRETO o que se afirma em
Jacques Lacan (o psicanalista francês, 1901-1981) não gostava muito do termo "paciente" para designar as pessoas que se analisavam com ele. "Paciente" lhe parecia passivo demais para quem se engaja no processo de inventar e dizer seus desejos. Lacan propôs, então, o termo "analysant", que significa "aquele que analisa", ou, se você preferir, aquele que se analisa. A tradução de "analysant" (que seria, em latim, um particípio presente) é "analisante", como amante, seguinte, dançante etc. Como não há particípio presente em português, decidiu-se usar o gerúndio, e "analysant" se tornou "analisando". O que é bizarro, porque o gerúndio latim designa um dever-ser passivo: por exemplo, Cartago é "delenda"; como dizia Catão, o Velho, significa que Cartago deve ser destruída. "Amanda" é aquela que deve ser amada, "agenda" são as coisas que devem ser feitas. Ou seja, "analisando" é aquele que deve ser analisado. O contrário do que Lacan queria dizer com "analysant". Uma análise e mesmo uma psicoterapia não são coisas que se prescrevam. São coisas que é preciso querer. Ninguém é analisando, porque ninguém "tem que" ser analisado. Agora, na conversa familiar e nos botecos, o analisando existe: ele é sempre o outro, aquele que, contrariamente a mim, "deveria se tratar". Quem manda o outro se tratar está sempre expressando uma dúvida sobre si mesmo. Mandamos o outro procurar um tratamento do qual nós precisamos (mas não queremos saber que precisamos).
Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/contardocalligaris/2017/10/1926422-quem-manda-o-outro-se-tratar-expressa-uma-duvida-sobre-si-mesmo.shtml. Acesso em out. 2017. Adaptado.
Assinale a alternativa que apresenta uma inferência CORRETA do texto.
Sobre a literatura que se produziu no Brasil no período dos Setecentos, podem ser distinguidos dois momentos ideais, um momento poético e um momento ideológico. Qual alternativa abaixo é a CORRETA para nominar esses dois momentos?