UFVJM 2011/2
50 Questões
Leia com atenção este poema para responder à questão
Linguage dos Óio
Patativa do Assaré
Quem repara o corpo humano
e com coidado nalisa
vê que o Autô Soberano
lhe deu tudo o que precisa
os orgo que a gente tem
tudo serve munto bem
mas ninguém pode negá
que o Autô da Criação
fez com maió prefeição
os orgo visioná.
(...) Os óio consigo tem
incomparave segredo
tem o oiá querendo bem
e o oiá sentindo medo
a pessoa apaixonada
não precisa dizê nada
não precisa utilizá
a língua que tem na boca
o oiá de uma caboca
diz quando qué namorá.
(...) Mesmo sem nada falá
mesmo assim calado e mudo
os orgo visioná
sabe dá siná de tudo
quando fica namorado
pela moça desprezado
não precisa conversá
logo ele tá entendendo
os óio dela dizendo
viva lá que eu vivo cá.
(...) Nem mesmo os grande oculista
os dotô que munto estuda
os mais maió cientista
conhece a linguage muda
dos orgo visioná
e os mais ruim de decifrá
de todos que eu tô falando
é quando o oiá é zanôio
ninguém sabe cada ôio
pra onde tá reparando.
Fonte: ASSARÉ, Patativa. Digo e não peço segredo. São Paulo: Ed. Escrituras, 2001. p. 93-94.
ASSINALE a alternativa que NÃO pode ser comprovada a partir da visão do eu lírico desse poema de Patativa do Assaré.
Leia com atenção este poema para responder à questão
Linguage dos Óio
Patativa do Assaré
Quem repara o corpo humano
e com coidado nalisa
vê que o Autô Soberano
lhe deu tudo o que precisa
os orgo que a gente tem
tudo serve munto bem
mas ninguém pode negá
que o Autô da Criação
fez com maió prefeição
os orgo visioná.
(...) Os óio consigo tem
incomparave segredo
tem o oiá querendo bem
e o oiá sentindo medo
a pessoa apaixonada
não precisa dizê nada
não precisa utilizá
a língua que tem na boca
o oiá de uma caboca
diz quando qué namorá.
(...) Mesmo sem nada falá
mesmo assim calado e mudo
os orgo visioná
sabe dá siná de tudo
quando fica namorado
pela moça desprezado
não precisa conversá
logo ele tá entendendo
os óio dela dizendo
viva lá que eu vivo cá.
(...) Nem mesmo os grande oculista
os dotô que munto estuda
os mais maió cientista
conhece a linguage muda
dos orgo visioná
e os mais ruim de decifrá
de todos que eu tô falando
é quando o oiá é zanôio
ninguém sabe cada ôio
pra onde tá reparando.
Fonte: ASSARÉ, Patativa. Digo e não peço segredo. São Paulo: Ed. Escrituras, 2001. p. 93-94.
A linguagem utilizada pelo poeta Patativa do Assaré na construção desse poema pode ser comparada à linguagem utilizada no romance Dona Guidinha do Poço de Manuel de Oliveira Paiva por
O personagem Chico Bento, criado por Maurício de Sousa, reproduz o modo simples de vida na roça, tendo sido, por isso, vinculada a sua figura à imagem de Jeca Tatu. Com a representação de um matuto, contador de “causos”, Chico fala não apenas de lendas sobre a terra e cultura regional, mas também de assuntos sérios e atuais.
Observe esta figura.
Com base nessas informações e na figura, ASSINALE a alternativa INCORRETA.
O romance Ponciá Vicêncio, de Conceição Evaristo, caracteriza-se por ser uma narrativa tecida por retalhos de lembrança da vida pessoal e familiar da narradora.
ASSINALE a alternativa na qual essa marca NÃO esteja presente.
Leia esta sentença, extraída do romance Ponciá Vicêncio, de Conceição Evaristo.
“No tempo do fato acontecido, como sempre os homens e muitas mulheres trabalhavam na terra. O canavial crescia dando prosperidade ao dono. Os engenhos de açúcar enriqueciam e fortaleciam o senhor. Sangue e garapa podiam ser um líquido só.” p. 51
A frase destacada revela:
Observe o quadro “Os Semeadores” de 1974, do muralista mexicano Diego Rivera.
ASSINALE a alternativa cujo trecho extraído da obra Ponciá Vivencio de Conceição Evaristo, NÃO pode ser relacionado com o sentido ou sentidos desse quadro.