Redação #933299
O quadro expressionista "O grito", do pintor norueguês Edvard Much, retrata a inquietude, o medo e a desesperança refletidos no semblante de um personagem envolto por uma atmosfera de profunda desolação. Para além da obra, o sentimento de indivíduos assolados pela garantia de acesso à cidadania no Brasil, é amiudadamente semelhante ao ilustrado pelo artista. Nesse viés, tornar-se crucial analisar as coisas desse revés, dentre as quais se destacam a negligência governamental e a falta de debate.
A princípio, é imperioso notar que a indulgência do estado potencializa o problema. Nesse contexto de inoperância das esferas de poder exemplifica a teoria das Instituições Zumbi, do sociólogo Zygmunt Bauman que as descreve como presente na sociedade, todavia, sem cumprirem seu papel social com eficácia. Sob essa ótica, devido a baixa atuação do Estado, o mesmo acaba abandonando, excluindo e negligenciando as vítimas de tal mazela. Nessa perspectiva, para a completa refutação da teoria do estudioso polonês e mudança da realidade faz-se imprescindível uma intervenção estatal.
Outrossim, é preciso apontar a falta de debate, como outro fator que contribui para a manutenção do problema. Desse modo, de acordo com o disposto Shopeuaer, o campo de visão de uma pessoa determinam seu entendimento a respeito do mundo. Diante de tal exposto, se as pessoas não têm informação clara sobre o tema, sua visão será limitada, o que dificulta sua erradicação. Logo, é inadmissível que esse cenário continue a perdurar.
Portanto, são necessárias medidas capazes de mitigar essa invisibilidade. Destarte, a fim de trazer mais lucidez sobre o tema é preciso que as escolas promovam rodas de leituras com obras literárias que abordem o tema. Espera-se assim, que os sofrimentos retratados por Much delimitem-se apenas ao plano artístico.
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