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Acesse GrátisQuestões de Literatura - Modernismo
Questão 53 1561104
UFPR 2020Em Morte e vida severina, Severino é um retirante que sai do interior com a intenção de chegar ao litoral, à cidade do Recife. Quando atinge a Zona da Mata, última região antes da chegada ao Recife, diz ele:
– Nunca esperei muita coisa,
digo a Vossas Senhorias.
O que me fez retirar
não foi a grande cobiça;
o que apenas busquei
foi defender minha vida
da tal velhice que chega
antes de se inteirar trinta;
se na serra vivi vinte,
se alcancei lá tal medida,
o que pensei, retirando,
foi estendê-la um pouco ainda.
Mas não senti diferença
entre o Agreste e a Caatinga,
e entre a Caatinga e aqui a Mata
a diferença é a mais mínima.
Está apenas em que a terra
é por aqui mais macia;
está apenas no pavio,
ou melhor, na lamparina:
pois é igual o querosene
que em toda parte ilumina,
e quer nesta terra gorda
quer na serra, de caliça,
a vida arde sempre
com a mesma chama mortiça.
[…]
Sim, o melhor é apressar
o fim dessa ladainha,
fim do rosário de nomes
que a linha do rio enfia;
é chegar logo ao Recife,
derradeira ave-maria
do rosário, derradeira
invocação da ladainha,
Recife, onde o rio some
e esta minha viagem se finda.
(MELLO NETO, João Cabral de. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994, p. 186-187.)
Considerando o trecho acima e a leitura integral do auto de João Cabral de Melo Neto, assinale a alternativa correta.
Questão 14 1558829
UEMA 2020O trecho a seguir, extraído do Capítulo I, do livro Verão no Aquário, de Lygia Fagundes Teles, traz, pela recordação da personagem Raíza, um diálogo entre a professora de piano e uma outra senhora. Leia-o para responder à questão.
“[...] Adiante, ficava a saleta de minha mãe, aquela mãe silenciosa, sempre vestida de branco, uns vestidos tão
leves que me faziam pensar na história da sereiazinha que se transformara em espuma. [...] Eu podia estender-
me no chão e ali ficar desenhando nas folhas que ela me atirasse, pena não saber o que era esfinge para então
desenhar uma e seria esse o retrato de minha mãe. “É uma esfinge!”, disse dona Leonora à mulher dos tricôs.
[5] “Esfinge?...”, repetiu a mulherzinha parando as agulhas no ar. “E o marido?” [...] “É um farmacêutico fracassado,
bebe demais, você não sabia? Está sempre escondido no sótão em companhia do irmão, um tipo meio louco
que vive cortando coisas, a família inteira é esquisitíssima. Esquisitíssima! A mãe ainda é a única que me inspira
confiança, diz que é escritora...” [...] “Mas escreve o quê?”. E dona Leonora, batendo impaciente com o leque no
piano para marcar o compasso: “Quem é que sabe? A mulher é uma esfinge.[..]”
TELES, L. G. Verão no Aquário. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.
Há um juízo positivo acerca da mãe da Raíza.
Esse julgamento, entretanto, é maculado por um certo ceticismo revelado na seguinte expressão:
Questão 20 4505353
UFGD 2020[…]
Agora Fabiano era vaqueiro, e ninguém o tiraria dali. Aparecera como um bicho, entocado como um bicho, mas criara raízes, estava plantado. [...] Ele, sinhá Vitória, os dois filhos e a cachorra Baleia estavam agarrados à terra.
[…]
Entristeceu. Considerar plantado em uma terra alheia! Engano. A sina dele era correr mundo, andar para cima e para baixo, à toa, como judeu errante. Um vagabundo empurrado pela seca. Achava-se ali de passagem, era hóspede. Sim senhor, hóspede que se demorara demais, tomava amizade à casa, ao curral, ao chiqueiro das cabras, ao juazeiro que os tinha abrigado uma noite.
Graciliano Ramos. Vidas Secas. Editora Record, RJ/SP, 2017, p. 19.
Sobre o aspecto sociológico de Vidas Secas, de Graciliano Ramos, assinale a alternativa correta.
Questão 40 4512961
UFGD 2020Sobre o conto Nhola dos Anjos e a Cheia do Corumbá, de Bernardo Élis, é correto afirmar que
Questão 13 1558822
UEMA 2020O trecho a seguir, extraído do Capítulo I, do livro Verão no Aquário, de Lygia Fagundes Teles, traz, pela recordação da personagem Raíza, um diálogo entre a professora de piano e uma outra senhora. Leia-o para responder à questão.
“[...] Adiante, ficava a saleta de minha mãe, aquela mãe silenciosa, sempre vestida de branco, uns vestidos tão
leves que me faziam pensar na história da sereiazinha que se transformara em espuma. [...] Eu podia estender-
me no chão e ali ficar desenhando nas folhas que ela me atirasse, pena não saber o que era esfinge para então
desenhar uma e seria esse o retrato de minha mãe. “É uma esfinge!”, disse dona Leonora à mulher dos tricôs.
[5] “Esfinge?...”, repetiu a mulherzinha parando as agulhas no ar. “E o marido?” [...] “É um farmacêutico fracassado,
bebe demais, você não sabia? Está sempre escondido no sótão em companhia do irmão, um tipo meio louco
que vive cortando coisas, a família inteira é esquisitíssima. Esquisitíssima! A mãe ainda é a única que me inspira
confiança, diz que é escritora...” [...] “Mas escreve o quê?”. E dona Leonora, batendo impaciente com o leque no
piano para marcar o compasso: “Quem é que sabe? A mulher é uma esfinge.[..]”
TELES, L. G. Verão no Aquário. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.
Considerando a leitura da obra, a mãe é avaliada, reiteradamente, segundo dona Leonora, como uma pessoa
Questão 20 2095792
ESPM 2020/1A visão depreciativa da existência humana pode ser constatada no seguinte fragmento de Gregório de Matos:
Que és terra Homem, e em terra hás de tornar-te,
Te lembra hoje Deus por sua Igreja,
Identifique em um dos trechos abaixo aquele que possua a mesma temática.